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Sexta-Feira, 24 de Setembro de 2021 às 16:15:00
Dia do Surdo: mobilização por uma educação bilíngue
A Escola Estadual 11 de Agosto, em Aracaju, realizou nesta sexta-feira, 24, uma programação especial com a palestra “Luta e direito de ser surdo: Setembro Azul”

Comemorado no próximo domingo, 26, o Dia do Surdo representa muitos desafios na luta pelo reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras), sobretudo na mobilização e resistência por uma educação bilíngue, cujo uso e difusão têm avançado a cada dia por meio de políticas que viabilizam cursos e formações. Apesar do longo caminho de sensibilização pela frente, a defesa pela educação bilíngue reforça a ainda necessidade de se estabelecer espaços inclusivos e adequadamente acessíveis para as pessoas surdas.

É nessa perspectiva que atua a instrutora de Libras Gabriela Cardoso, servidora da Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura. Para ela, o ensino da Libras na educação básica é de suma importância. “A presença do professor de Libras se oficializa no Decreto nº 5.626/2009, como mediador intencional e responsável pela formação de pessoas qualificadas para organizar um apoio pedagógico especializado e que atenda às necessidades comunicativas de pessoas surdas. O instrutor tem um trabalho primordial no contexto escolar, beneficiando também os alunos ouvintes”, disse.

Ainda de acordo com Gabriela, que é surda, setembro é um mês de muita representatividade. Ela acredita que as discussões são necessárias para avançar nas políticas públicas. “As políticas são muito importantes porque são asseguradas em lei. Estou feliz em participar desse momento, de fazer parte dessa etapa de mudança. Para mim é um novo momento e estamos focados na escola bilíngue para surdos”, completou ela, que é natural do Recife/PE e mora em Aracaju há meses.

Outro defensor do ensino bilíngue é Antônio Rúbio Andrade Carvalho, instrutor surdo de Libras lotado na Seduc há 14 anos. Atualmente, ele está conduzindo um curso básico direcionado aos servidores da rede estadual de ensino. “Nas minhas aulas sempre busco fazer o uso de imagens, desenhos, palavras, com estratégias para aproximar mais os alunos. Se eu percebo que alguém não consegue se comunicar ou compreender, eu conto com o auxílio do intérprete”, explicou. 

“É um dia muito festivo para a gente com muitos significados, especialmente por conta da Libras, por todo o processo histórico de reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais, que é um direito linguístico e um meio de comunicação oficial para a comunidade surda. Dessa forma, os surdos conseguem usufruir do direito de se comunicar e ser compreendido”, salientou Antônio Rúbio.  

Educação Inclusiva

Para lembrar a data, a equipe da Escola Estadual 11 de Agosto, em Aracaju, realizou nesta sexta-feira, 24, uma programação especial em alusão ao Dia do Surdo com a palestra “Luta e direito de ser surdo: Setembro Azul”, mediada pelo instrutor Julyanderson Ferreira, que é professor especialista surdo, bate-papo sobre a importância de conquistas e marcos históricos, além de um coffee-break. A unidade de ensino é referência na oferta de educação inclusiva na rede estadual, contando com 446 alunos matriculados, 122 dos quais são pessoas com deficiência. 

O diretor do 11 de Agosto, professor Cledson Santos Inácio, destacou que o evento foi pensado não somente para lembrar a data, mas também discutir a questão da acessibilidade e da inclusão da pessoa surda no contexto social. “Estamos há um bom tempo sem nenhum tipo de atividade presencial. Hoje, abrimos nossa escola para celebrar essa data especial e poder continuar colocando em pauta a educação inclusiva, que se faz tão necessária para o desenvolvimento das nossas crianças e adolescentes com deficiência em idade escolar”, frisou.

A gestora da Diretoria de Educação de Aracaju, professora Gilvânia Guimarães, que também participou do evento, salientou que celebrar o Dia do Surto é ainda celebrar as conquistas. “É evidente que precisamos continuar avançando, e tenho certeza de que estamos no caminho certo. Se chegamos até aqui, temos sim que comemorar, pontuar aquilo que é necessário melhorar. Parabéns a todo o time da escola 11 de Agosto por toda essa sensibilidade com esse público. A gente sabe que quando uma pessoa com deficiência chega à escola a gente vai transformando espaços e vidas”.

Durante o evento, a coordenadora do Serviço de Educação Inclusiva da Seduc (Seinc), professora Lilian Alves, anunciou que todos os instrutores de Libras que serão convocados pela Secretaria de Estado da Educação “estarão em nossas escolas ensinando Libras como primeira língua aos alunos surdos matriculados nas Salas de Recurso Multifuncionais. Então, é com muita alegria que mais uma vez a Seduc inova em todos os recursos educacionais, pedagógicos e de acessibilidade para que o nosso aluno da educação especial se veja inserido no processo de educação”, concluiu.

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Dia do Surdo: mobilização por uma educação bilíngue
A Escola Estadual 11 de Agosto, em Aracaju, realizou nesta sexta-feira, 24, uma programação especial com a palestra “Luta e direito de ser surdo: Setembro Azul”
Sexta-Feira, 24 de Setembro de 2021 às 16:15:00

Comemorado no próximo domingo, 26, o Dia do Surdo representa muitos desafios na luta pelo reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras), sobretudo na mobilização e resistência por uma educação bilíngue, cujo uso e difusão têm avançado a cada dia por meio de políticas que viabilizam cursos e formações. Apesar do longo caminho de sensibilização pela frente, a defesa pela educação bilíngue reforça a ainda necessidade de se estabelecer espaços inclusivos e adequadamente acessíveis para as pessoas surdas.

É nessa perspectiva que atua a instrutora de Libras Gabriela Cardoso, servidora da Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura. Para ela, o ensino da Libras na educação básica é de suma importância. “A presença do professor de Libras se oficializa no Decreto nº 5.626/2009, como mediador intencional e responsável pela formação de pessoas qualificadas para organizar um apoio pedagógico especializado e que atenda às necessidades comunicativas de pessoas surdas. O instrutor tem um trabalho primordial no contexto escolar, beneficiando também os alunos ouvintes”, disse.

Ainda de acordo com Gabriela, que é surda, setembro é um mês de muita representatividade. Ela acredita que as discussões são necessárias para avançar nas políticas públicas. “As políticas são muito importantes porque são asseguradas em lei. Estou feliz em participar desse momento, de fazer parte dessa etapa de mudança. Para mim é um novo momento e estamos focados na escola bilíngue para surdos”, completou ela, que é natural do Recife/PE e mora em Aracaju há meses.

Outro defensor do ensino bilíngue é Antônio Rúbio Andrade Carvalho, instrutor surdo de Libras lotado na Seduc há 14 anos. Atualmente, ele está conduzindo um curso básico direcionado aos servidores da rede estadual de ensino. “Nas minhas aulas sempre busco fazer o uso de imagens, desenhos, palavras, com estratégias para aproximar mais os alunos. Se eu percebo que alguém não consegue se comunicar ou compreender, eu conto com o auxílio do intérprete”, explicou. 

“É um dia muito festivo para a gente com muitos significados, especialmente por conta da Libras, por todo o processo histórico de reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais, que é um direito linguístico e um meio de comunicação oficial para a comunidade surda. Dessa forma, os surdos conseguem usufruir do direito de se comunicar e ser compreendido”, salientou Antônio Rúbio.  

Educação Inclusiva

Para lembrar a data, a equipe da Escola Estadual 11 de Agosto, em Aracaju, realizou nesta sexta-feira, 24, uma programação especial em alusão ao Dia do Surdo com a palestra “Luta e direito de ser surdo: Setembro Azul”, mediada pelo instrutor Julyanderson Ferreira, que é professor especialista surdo, bate-papo sobre a importância de conquistas e marcos históricos, além de um coffee-break. A unidade de ensino é referência na oferta de educação inclusiva na rede estadual, contando com 446 alunos matriculados, 122 dos quais são pessoas com deficiência. 

O diretor do 11 de Agosto, professor Cledson Santos Inácio, destacou que o evento foi pensado não somente para lembrar a data, mas também discutir a questão da acessibilidade e da inclusão da pessoa surda no contexto social. “Estamos há um bom tempo sem nenhum tipo de atividade presencial. Hoje, abrimos nossa escola para celebrar essa data especial e poder continuar colocando em pauta a educação inclusiva, que se faz tão necessária para o desenvolvimento das nossas crianças e adolescentes com deficiência em idade escolar”, frisou.

A gestora da Diretoria de Educação de Aracaju, professora Gilvânia Guimarães, que também participou do evento, salientou que celebrar o Dia do Surto é ainda celebrar as conquistas. “É evidente que precisamos continuar avançando, e tenho certeza de que estamos no caminho certo. Se chegamos até aqui, temos sim que comemorar, pontuar aquilo que é necessário melhorar. Parabéns a todo o time da escola 11 de Agosto por toda essa sensibilidade com esse público. A gente sabe que quando uma pessoa com deficiência chega à escola a gente vai transformando espaços e vidas”.

Durante o evento, a coordenadora do Serviço de Educação Inclusiva da Seduc (Seinc), professora Lilian Alves, anunciou que todos os instrutores de Libras que serão convocados pela Secretaria de Estado da Educação “estarão em nossas escolas ensinando Libras como primeira língua aos alunos surdos matriculados nas Salas de Recurso Multifuncionais. Então, é com muita alegria que mais uma vez a Seduc inova em todos os recursos educacionais, pedagógicos e de acessibilidade para que o nosso aluno da educação especial se veja inserido no processo de educação”, concluiu.