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Quarta-Feira, 03 de Novembro de 2010 às 09:38:00
Cultura africana é homenageada pelo grupo ‘Um quê de Negritude’
Estudantes da rede pública estadual de ensino prestaram homenagem à cultura africana na última sexta-feira, 29, no teatro Tobias Barreto

Estudantes da rede pública estadual de ensino prestaram homenagem à cultura africana, realizando um espetáculo que objetivou fazer uma reflexão sobre o racismo, preconceito racial e o candomblé. "Yá: Mulher Negra, Mulher Guerreira" foi a temática desenvolvida este ano pelo grupo Um Quê de Negritude, formado por estudantes do Colégio Estadual Atheneu Sergipense. O evento aconteceu na última sexta-feira, 29, às 19h, no teatro Tobias Barreto.
 
"O nosso propósito principal é divulgar e produzir conhecimentos, bem como atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos quanto à pluralidade etnicorracial, tornando-os capazes de interagir com objetivos comuns que garantam respeito aos direitos legais e valorização de identidade cultural brasileira e africana", disse a professora Clélia Ramos, idealizadora do projeto.
 
Em sua quarta edição, o projeto ‘Um Quê de Negritude’ homenageou três mulheres negras: Nã Agôtimé, rainha africana que foi vendida como escrava pelo próprio enteado; Mãe Nanã, mulher que instituiu o candomblé em Sergipe e em vários estados; e Mãe Marizete Lessa, responsável pelo terreiro Abacá São Jorge, localizado no bairro América. Mãe Marizete, 80 anos, é filha de Mãe Nanã. "Sinto-me honrada em ser homenageada pelos estudantes e professores da rede estadual pública. Quero aproveitar esse momento de felicidade para elogiar todos os integrantes do grupo Um Quê de Negritude, que faz um excelente trabalho divulgando a cultura africana", contou a mãe de santo.
 
O diretor do Atheneu Sergipense, Genaldo Freitas, ressaltou o trabalho idealizado pela professora Clélia Ramos, que há quatro anos vem coordenando o projeto. "Ela é uma guerreira. Todos estão de parabéns. A professora e sua equipe conseguem apresentar um espetáculo perfeito, retratando a cultura africana em forma de música e dança. É um trabalho digno que deve ser apreciado por todos", destacou o diretor.
 
Na opinião da professora Clélia Ramos, "manter vivos esses tipos de manifestação é uma necessidade fundamental de fortalecimento de sua identidade étnica como elemento de resistência ao domínio branco". Ela lembrou que o projeto visa cumprir a lei federal 10.639/2003 e a lei estadual 5.497/2004, que regulamentam e estabelecem diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira.
 
Preconceito racial
 
"Há ainda outras formas de manifestação das culturas negras, como o sincretismo, que, na perspectiva em que adotamos, significa não apenas a incorporação do referencial religioso dos negros à religião dominante, mas também uma forma de cultuar seus deuses e orixás", disse.

A professora reconhece que ainda se praticam o racismo e o preconceito racial no Brasil. "Já melhorou muito, mas ainda existem. Notamos que este trabalho realizado pelo grupo Um Quê de Negritude elevou a autoestima dos alunos. Eles passaram a valorizar mais sua cor, sua raça e sua origem. O negro é lindo e faz parte da história do nosso país", salientou a professora.
 
Cultura africana
 
Um Quê de Negritude é formado por 80 alunos, entre produção e bailarinos, do Colégio Estadual Atheneu Sergipense. De acordo com Clélia Ramos, professora de Literatura e Português, o projeto é uma ação interdisciplinar que envolve professores de arte, história, geografia e outros.

Todos eles têm o objetivo de divulgar a cultura afro-brasileira, através da dança, visando desenvolver junto ao alunado um mergulho na História da África, não só no campo teórico, como também no prático, através das mais variadas interpretações das expressões da arte e da cultura africana.
 
Produção de qualidade
 

Os estudantes que tiveram oportunidade de assistir ao espetáculo "Yá: Mulher Negra, Mulher Guerreira" não se cansaram de elogiar a participação do grupo Um Quê de Negritude. "Realmente, todos estão de parabéns. De forma dinâmica, por meio da dança e da música, os colegas divulgam a cultura africana e nos mostram um pouco do sofrimento dos negros na época na escravidão", disse Angelina Cruz Rodrigues, estudante o 3º ano do ensino médio do Colégio Atheneu.
 
Kaline Cruz, estudante do 1º ano do ensino médio, faz parte da equipe de produção do grupo. "Estou feliz em participar deste projeto. É um trabalho de primeira qualidade que deve ser visto por todos os sergipanos". Alexandre Tomás estuda o 2º ano do ensino médio do Colégio Atheneu. Ele é um dos marujos do projeto. "É a minha primeira participação. Estou feliz e ansioso para mostrar o nosso trabalho. Espero que todos gostem da nossa apresentação", disse, minutos antes de iniciar o espetáculo.
 
Ingrid de Oliveira trajava um vestido branco, representando o orixá Ogum, deus do ferro, dos ferreiros e de todos aqueles que utilizam esse metal. É também associado à luta e à conquista. É sincretizado com São Jorge. "Ele é o orixá da estrada; é quem abre caminho com sua espada sempre certeira, temida e respeitada por todos. O mais importante neste trabalho é que divulgamos a cultura afro-brasileira", comentou a estudante.
 
Estefany Nataly Santos acha muito importante o projeto dos estudantes e professores do Colégio Atheneu. "É uma forma de divulgar a cultura africana, tão presente na vida dos brasileiros", afirmou a estudante.

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Cultura africana é homenageada pelo grupo ‘Um quê de Negritude’
Estudantes da rede pública estadual de ensino prestaram homenagem à cultura africana na última sexta-feira, 29, no teatro Tobias Barreto
Quarta-Feira, 03 de Novembro de 2010 às 09:38:00

Estudantes da rede pública estadual de ensino prestaram homenagem à cultura africana, realizando um espetáculo que objetivou fazer uma reflexão sobre o racismo, preconceito racial e o candomblé. "Yá: Mulher Negra, Mulher Guerreira" foi a temática desenvolvida este ano pelo grupo Um Quê de Negritude, formado por estudantes do Colégio Estadual Atheneu Sergipense. O evento aconteceu na última sexta-feira, 29, às 19h, no teatro Tobias Barreto.
 
"O nosso propósito principal é divulgar e produzir conhecimentos, bem como atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos quanto à pluralidade etnicorracial, tornando-os capazes de interagir com objetivos comuns que garantam respeito aos direitos legais e valorização de identidade cultural brasileira e africana", disse a professora Clélia Ramos, idealizadora do projeto.
 
Em sua quarta edição, o projeto ‘Um Quê de Negritude’ homenageou três mulheres negras: Nã Agôtimé, rainha africana que foi vendida como escrava pelo próprio enteado; Mãe Nanã, mulher que instituiu o candomblé em Sergipe e em vários estados; e Mãe Marizete Lessa, responsável pelo terreiro Abacá São Jorge, localizado no bairro América. Mãe Marizete, 80 anos, é filha de Mãe Nanã. "Sinto-me honrada em ser homenageada pelos estudantes e professores da rede estadual pública. Quero aproveitar esse momento de felicidade para elogiar todos os integrantes do grupo Um Quê de Negritude, que faz um excelente trabalho divulgando a cultura africana", contou a mãe de santo.
 
O diretor do Atheneu Sergipense, Genaldo Freitas, ressaltou o trabalho idealizado pela professora Clélia Ramos, que há quatro anos vem coordenando o projeto. "Ela é uma guerreira. Todos estão de parabéns. A professora e sua equipe conseguem apresentar um espetáculo perfeito, retratando a cultura africana em forma de música e dança. É um trabalho digno que deve ser apreciado por todos", destacou o diretor.
 
Na opinião da professora Clélia Ramos, "manter vivos esses tipos de manifestação é uma necessidade fundamental de fortalecimento de sua identidade étnica como elemento de resistência ao domínio branco". Ela lembrou que o projeto visa cumprir a lei federal 10.639/2003 e a lei estadual 5.497/2004, que regulamentam e estabelecem diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira.
 
Preconceito racial
 
"Há ainda outras formas de manifestação das culturas negras, como o sincretismo, que, na perspectiva em que adotamos, significa não apenas a incorporação do referencial religioso dos negros à religião dominante, mas também uma forma de cultuar seus deuses e orixás", disse.

A professora reconhece que ainda se praticam o racismo e o preconceito racial no Brasil. "Já melhorou muito, mas ainda existem. Notamos que este trabalho realizado pelo grupo Um Quê de Negritude elevou a autoestima dos alunos. Eles passaram a valorizar mais sua cor, sua raça e sua origem. O negro é lindo e faz parte da história do nosso país", salientou a professora.
 
Cultura africana
 
Um Quê de Negritude é formado por 80 alunos, entre produção e bailarinos, do Colégio Estadual Atheneu Sergipense. De acordo com Clélia Ramos, professora de Literatura e Português, o projeto é uma ação interdisciplinar que envolve professores de arte, história, geografia e outros.

Todos eles têm o objetivo de divulgar a cultura afro-brasileira, através da dança, visando desenvolver junto ao alunado um mergulho na História da África, não só no campo teórico, como também no prático, através das mais variadas interpretações das expressões da arte e da cultura africana.
 
Produção de qualidade
 

Os estudantes que tiveram oportunidade de assistir ao espetáculo "Yá: Mulher Negra, Mulher Guerreira" não se cansaram de elogiar a participação do grupo Um Quê de Negritude. "Realmente, todos estão de parabéns. De forma dinâmica, por meio da dança e da música, os colegas divulgam a cultura africana e nos mostram um pouco do sofrimento dos negros na época na escravidão", disse Angelina Cruz Rodrigues, estudante o 3º ano do ensino médio do Colégio Atheneu.
 
Kaline Cruz, estudante do 1º ano do ensino médio, faz parte da equipe de produção do grupo. "Estou feliz em participar deste projeto. É um trabalho de primeira qualidade que deve ser visto por todos os sergipanos". Alexandre Tomás estuda o 2º ano do ensino médio do Colégio Atheneu. Ele é um dos marujos do projeto. "É a minha primeira participação. Estou feliz e ansioso para mostrar o nosso trabalho. Espero que todos gostem da nossa apresentação", disse, minutos antes de iniciar o espetáculo.
 
Ingrid de Oliveira trajava um vestido branco, representando o orixá Ogum, deus do ferro, dos ferreiros e de todos aqueles que utilizam esse metal. É também associado à luta e à conquista. É sincretizado com São Jorge. "Ele é o orixá da estrada; é quem abre caminho com sua espada sempre certeira, temida e respeitada por todos. O mais importante neste trabalho é que divulgamos a cultura afro-brasileira", comentou a estudante.
 
Estefany Nataly Santos acha muito importante o projeto dos estudantes e professores do Colégio Atheneu. "É uma forma de divulgar a cultura africana, tão presente na vida dos brasileiros", afirmou a estudante.