Sergipe possui 32 comunidades reconhecidas e certificadas como quilombolas, localizadas, principalmente, nos territórios do agreste, do sul e do baixo São Francisco do estado. Em quatro dessas comunidades quilombolas – Brejão dos Negros (Brejo Grande), Ladeiras (Japoatã), Mocambo (Porto da Folha) e Porto D’Areia (Estância) –, há a presença de escolas estaduais, contando com uma matrícula de 987 alunos e 60 professores.
Para além dos objetivos pedagógicos, os centros são considerados pontos de resistência, de atividades sociais e culturais da comunidade. A escolha dos gestores dessas escolas tem participação direta da comunidade, e o Projeto Político Pedagógico (PPP) abrange atividades voltadas ao respeito da história e da valorização das práticas antirracistas, diversas e equânimes.
Na segunda-feira, 20 de novembro, data em que se comemora o Dia da Consciência Negra, as 318 unidades escolares da rede pública estadual realizaram atividades, mas já vêm desenvolvendo projetos ao longo do ano. Nas quatro escolas, as atividades de Consciência Negra perpassam os muros e atingem a comunidade, enquanto a comunidade também irradia a escola com seus hábitos e costumes.
No Brejão dos Negros, a segunda-feira foi dia de festa, quando o cortejo composto por alunos da Escola Estadual Quilombola 3 de Maio e por populares da comunidade passou pelas ruas. O diretor Gilvan Pereira Honorato, que está na gestão desde novembro de 2018 por escolha dos moradores, explica que o PPP atende às leis que regem a educação nacional, ao currículo de Sergipe e à resolução quilombola, sem deixar de contemplar os interesses da comunidade escolar e da cultura local. Segundo ele, não se pode pensar em aprendizado diferenciado dos costumes da comunidade, visto que a escola representa os costumes e hábitos da comunidade onde está inserida.
O diretor define o 20 de novembro com uma única palavra: respeito. “Eu não preciso que as pessoas concordem comigo, assim como não preciso concordar com tudo que as pessoas fazem ou falam, mas é preciso ter respeito pelo outro, pela crença, pelo costume, pela orientação sexual, pela liberdade, desde que não venha a prejudicar ninguém. Somos uma escola quilombola que também recebe alunos que não são quilombolas, e que precisam conviver, compartilhar e desfrutar dos mesmos conhecimentos”, destacou.
A diretora do Colégio Estadual Otávio Bezerra, Maria Clarisse, unidade escolar localizada na comunidade Ladeiras, em Japoatã, explica que dirigir uma escola de povos tradicionais requer um olhar diferenciado. “A cada plano de ação e a cada planejamento, precisamos estar atentos às suas especificidades, ancestralidade, a seu diferencial que nos encanta, nos envolve, nos apaixona, que nos alegra. Dirigir uma escola quilombola precisa ter essa sensibilidade do diferente, da inclusão, da diversidade, da autoestima, do protagonismo, da justiça da solidariedade. Somos desafiados a cada dia a mostrar a função social da escola”, define.
Sergipe possui 32 comunidades reconhecidas e certificadas como quilombolas, localizadas, principalmente, nos territórios do agreste, do sul e do baixo São Francisco do estado. Em quatro dessas comunidades quilombolas – Brejão dos Negros (Brejo Grande), Ladeiras (Japoatã), Mocambo (Porto da Folha) e Porto D’Areia (Estância) –, há a presença de escolas estaduais, contando com uma matrícula de 987 alunos e 60 professores.
Para além dos objetivos pedagógicos, os centros são considerados pontos de resistência, de atividades sociais e culturais da comunidade. A escolha dos gestores dessas escolas tem participação direta da comunidade, e o Projeto Político Pedagógico (PPP) abrange atividades voltadas ao respeito da história e da valorização das práticas antirracistas, diversas e equânimes.
Na segunda-feira, 20 de novembro, data em que se comemora o Dia da Consciência Negra, as 318 unidades escolares da rede pública estadual realizaram atividades, mas já vêm desenvolvendo projetos ao longo do ano. Nas quatro escolas, as atividades de Consciência Negra perpassam os muros e atingem a comunidade, enquanto a comunidade também irradia a escola com seus hábitos e costumes.
No Brejão dos Negros, a segunda-feira foi dia de festa, quando o cortejo composto por alunos da Escola Estadual Quilombola 3 de Maio e por populares da comunidade passou pelas ruas. O diretor Gilvan Pereira Honorato, que está na gestão desde novembro de 2018 por escolha dos moradores, explica que o PPP atende às leis que regem a educação nacional, ao currículo de Sergipe e à resolução quilombola, sem deixar de contemplar os interesses da comunidade escolar e da cultura local. Segundo ele, não se pode pensar em aprendizado diferenciado dos costumes da comunidade, visto que a escola representa os costumes e hábitos da comunidade onde está inserida.
O diretor define o 20 de novembro com uma única palavra: respeito. “Eu não preciso que as pessoas concordem comigo, assim como não preciso concordar com tudo que as pessoas fazem ou falam, mas é preciso ter respeito pelo outro, pela crença, pelo costume, pela orientação sexual, pela liberdade, desde que não venha a prejudicar ninguém. Somos uma escola quilombola que também recebe alunos que não são quilombolas, e que precisam conviver, compartilhar e desfrutar dos mesmos conhecimentos”, destacou.
A diretora do Colégio Estadual Otávio Bezerra, Maria Clarisse, unidade escolar localizada na comunidade Ladeiras, em Japoatã, explica que dirigir uma escola de povos tradicionais requer um olhar diferenciado. “A cada plano de ação e a cada planejamento, precisamos estar atentos às suas especificidades, ancestralidade, a seu diferencial que nos encanta, nos envolve, nos apaixona, que nos alegra. Dirigir uma escola quilombola precisa ter essa sensibilidade do diferente, da inclusão, da diversidade, da autoestima, do protagonismo, da justiça da solidariedade. Somos desafiados a cada dia a mostrar a função social da escola”, define.