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Sexta-Feira, 03 de Junho de 2022 às 10:15:00
Perímetro estadual realiza Dia de Campo sobre cultivo irrigado de alta performance do melão
Participantes foram orientados sobre procedimentos e insumos utilizados na lavoura

Espécie frutífera de cultivo ainda tímido em Canindé de São Francisco, o melão agora ganhou destaque em um Dia de Campo realizado na última semana, no lote de Erivaldo Peixoto, atendido com água de irrigação e assistência técnica agrícola pelo Governo do Estado no Perímetro Irrigado Califórnia, situado naquele município. Estudantes de nível técnico e superior, além de outros agricultores, puderam conhecer toda a técnica utilizada pelo produtor irrigante, que comparou os resultados do melão amarelo, cultivado com a água do perímetro e solo do Alto Sertão Sergipano, ao que ele cultivava tempos atrás, em Pernambuco.

“Aqui eu estou achando melhor porque a terra é suficiente. Ele já se habitua, a terra já tem o nutriente chamado potássio, que dá o ‘brix’ do melão, essa coloração boa que ele tem. E temos uma área muito boa de água e que tem menos pragas”, adianta seu Erivaldo, que no perímetro Califórnia colheu 25 toneladas de frutos de qualidade comercial, em 5 mil pés cultivados em 0,7 hectares.

Todo o ciclo produtivo de 67 dias da lavoura do melão — cultivado com o uso de moderno sistema de irrigação por gotejamento e uma completa ‘dieta’ de nutrientes aplicados via fertirrigação — foi orientado e anotado por técnicos da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro); empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e que administra o perímetro Califórnia. A exposição deste levantamento, e principalmente as impressões descritivas do agricultor, foi o conteúdo programático do Dia de Campo.

Tarcila Silva, estudante de Engenharia Agronômica no Instituto Federal de Alagoas, Campus Piranhas, considerou o Dia de Campo do Cultivo Irrigado do Melão bastante proveitoso, por conciliar a teoria da sala de aula com a prática. “Lá na frente, isso vai contribuir muito. O mais interessante foi ver o produtor explicando”, avaliou.

No Curso Técnico Agropecuária oferecido no Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, em Poço Redondo, estuda Márcia Araújo. Para ela, o cultivo do melão como foi visto no Dia de Campo, pode oferecer uma rentabilidade maior ao agricultor. “Vou levar o conhecimento que eu aprendi hoje. E, com fé em Deus, algum dia aplicar quando eu me formar, para poder ajudar alguns produtores também”. Cursando o 3º ano do Técnico em Agropecuária, Giclecia Vieira considerou ótima a experiência que teve no Dia de Campo. “Eu pensava que o melão não dava aqui no Sertão, e hoje deu para ver que pode ser plantado e colhido”.

Práticas agrícolas

Elisa Fernandes é engenheira agrônoma e professora do Dom José Brandão que acompanhou os alunos do Técnico em Agropecuária no Dia de Campo. Ela expõe ter lhe chamado a atenção a atuação do agricultor no Dia de Campo, como responsável por explicar os procedimentos adotados no ciclo da lavoura. “Tem agricultores que desenvolvem técnicas e práticas agrícolas, como uma técnica fantástica, e que nos ensina muito mais. Para nós, essa troca de experiência é riquíssima para o aprendizado, para o dia a dia do profissional, seja ele aluno ou professor. É fantástico e gratificante ver que tem um produtor rural que tem essa disponibilidade de dividir com a gente essa experiência dele, está de parabéns”, cumprimenta.

“[Em Pernambuco] onde eu plantava melão, tinha muita dificuldade com a mosca branca e o fungo chamado oídio. A gente gastava na média de R$ 16 mil a R$ 18 mil em um hectare de melão, e hoje aqui eu só gasto R$ 12 mil. Então, eu estou otimista com essa produção daqui. E tem o mercado em Caruaru (PE), em Recife (PE) e em Garanhuns (PE). Lá está faltando mercadoria. Se eu tivesse mais parceiros para plantar, tinha como escoar de dois a três caminhões por semana. E em Sergipe nós temos também, conseguimos escoar o melão para Itabaiana”, completou Erivaldo Peixoto, há 4 anos no perímetro Califórnia como produtor irrigante do Setor 05.
 
Diversificação

A assistência técnica oferecida pela Cohidro inclui a orientação por variar as culturas adotadas, para não haver superprodução e o agricultor encontrar dificuldade de escoamento. Segundo a gerente do perímetro Califórnia, Eliane de Moraes, aumentar a área cultivada com o melão só contribui com a tarefa dos técnicos da empresa. “Por exemplo, com o quiabo os atravessadores costumam baixar o preço de compra pelo excesso de produto. Dando uma margem de lucro muitas vezes insuficiente para o agricultor garantir o seu sustento. Apostar no melão agora, na uva e pera, como já fizemos em parceria com a Embrapa, pode ser uma saída para encontrar mercados com mais vantagem para quem produz”, afirma.

Funcionário da Cohidro e também estudante de Agronomia no IFAL de Piranhas, Tito Reis trouxe da academia a ideia e os métodos científicos para que a lavoura de alta performance do seu Erivaldo fosse tema de um dia de campo. “É ajudar o sistema de produção na diversificação de culturas, trazer o conhecimento da sala de aula. Na qualidade de acadêmico, funcionário da Cohidro e técnico em Agropecuária que sou, tenho a preocupação em trazer a melhoria da qualidade produtiva para dentro do perímetro Califórnia. Aplicando as práticas; os tratos culturais e fitossanitários; melhorando a qualidade do solo, para que o solo venha produzir mais; todo o acompanhamento técnico que a gente desenvolveu, passando para o produtor o nosso conhecimento, para que eles possam produzir com qualidade e com regularidade”.

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Perímetro estadual realiza Dia de Campo sobre cultivo irrigado de alta performance do melão
Participantes foram orientados sobre procedimentos e insumos utilizados na lavoura
Sexta-Feira, 03 de Junho de 2022 às 10:15:00

Espécie frutífera de cultivo ainda tímido em Canindé de São Francisco, o melão agora ganhou destaque em um Dia de Campo realizado na última semana, no lote de Erivaldo Peixoto, atendido com água de irrigação e assistência técnica agrícola pelo Governo do Estado no Perímetro Irrigado Califórnia, situado naquele município. Estudantes de nível técnico e superior, além de outros agricultores, puderam conhecer toda a técnica utilizada pelo produtor irrigante, que comparou os resultados do melão amarelo, cultivado com a água do perímetro e solo do Alto Sertão Sergipano, ao que ele cultivava tempos atrás, em Pernambuco.

“Aqui eu estou achando melhor porque a terra é suficiente. Ele já se habitua, a terra já tem o nutriente chamado potássio, que dá o ‘brix’ do melão, essa coloração boa que ele tem. E temos uma área muito boa de água e que tem menos pragas”, adianta seu Erivaldo, que no perímetro Califórnia colheu 25 toneladas de frutos de qualidade comercial, em 5 mil pés cultivados em 0,7 hectares.

Todo o ciclo produtivo de 67 dias da lavoura do melão — cultivado com o uso de moderno sistema de irrigação por gotejamento e uma completa ‘dieta’ de nutrientes aplicados via fertirrigação — foi orientado e anotado por técnicos da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro); empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e que administra o perímetro Califórnia. A exposição deste levantamento, e principalmente as impressões descritivas do agricultor, foi o conteúdo programático do Dia de Campo.

Tarcila Silva, estudante de Engenharia Agronômica no Instituto Federal de Alagoas, Campus Piranhas, considerou o Dia de Campo do Cultivo Irrigado do Melão bastante proveitoso, por conciliar a teoria da sala de aula com a prática. “Lá na frente, isso vai contribuir muito. O mais interessante foi ver o produtor explicando”, avaliou.

No Curso Técnico Agropecuária oferecido no Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, em Poço Redondo, estuda Márcia Araújo. Para ela, o cultivo do melão como foi visto no Dia de Campo, pode oferecer uma rentabilidade maior ao agricultor. “Vou levar o conhecimento que eu aprendi hoje. E, com fé em Deus, algum dia aplicar quando eu me formar, para poder ajudar alguns produtores também”. Cursando o 3º ano do Técnico em Agropecuária, Giclecia Vieira considerou ótima a experiência que teve no Dia de Campo. “Eu pensava que o melão não dava aqui no Sertão, e hoje deu para ver que pode ser plantado e colhido”.

Práticas agrícolas

Elisa Fernandes é engenheira agrônoma e professora do Dom José Brandão que acompanhou os alunos do Técnico em Agropecuária no Dia de Campo. Ela expõe ter lhe chamado a atenção a atuação do agricultor no Dia de Campo, como responsável por explicar os procedimentos adotados no ciclo da lavoura. “Tem agricultores que desenvolvem técnicas e práticas agrícolas, como uma técnica fantástica, e que nos ensina muito mais. Para nós, essa troca de experiência é riquíssima para o aprendizado, para o dia a dia do profissional, seja ele aluno ou professor. É fantástico e gratificante ver que tem um produtor rural que tem essa disponibilidade de dividir com a gente essa experiência dele, está de parabéns”, cumprimenta.

“[Em Pernambuco] onde eu plantava melão, tinha muita dificuldade com a mosca branca e o fungo chamado oídio. A gente gastava na média de R$ 16 mil a R$ 18 mil em um hectare de melão, e hoje aqui eu só gasto R$ 12 mil. Então, eu estou otimista com essa produção daqui. E tem o mercado em Caruaru (PE), em Recife (PE) e em Garanhuns (PE). Lá está faltando mercadoria. Se eu tivesse mais parceiros para plantar, tinha como escoar de dois a três caminhões por semana. E em Sergipe nós temos também, conseguimos escoar o melão para Itabaiana”, completou Erivaldo Peixoto, há 4 anos no perímetro Califórnia como produtor irrigante do Setor 05.
 
Diversificação

A assistência técnica oferecida pela Cohidro inclui a orientação por variar as culturas adotadas, para não haver superprodução e o agricultor encontrar dificuldade de escoamento. Segundo a gerente do perímetro Califórnia, Eliane de Moraes, aumentar a área cultivada com o melão só contribui com a tarefa dos técnicos da empresa. “Por exemplo, com o quiabo os atravessadores costumam baixar o preço de compra pelo excesso de produto. Dando uma margem de lucro muitas vezes insuficiente para o agricultor garantir o seu sustento. Apostar no melão agora, na uva e pera, como já fizemos em parceria com a Embrapa, pode ser uma saída para encontrar mercados com mais vantagem para quem produz”, afirma.

Funcionário da Cohidro e também estudante de Agronomia no IFAL de Piranhas, Tito Reis trouxe da academia a ideia e os métodos científicos para que a lavoura de alta performance do seu Erivaldo fosse tema de um dia de campo. “É ajudar o sistema de produção na diversificação de culturas, trazer o conhecimento da sala de aula. Na qualidade de acadêmico, funcionário da Cohidro e técnico em Agropecuária que sou, tenho a preocupação em trazer a melhoria da qualidade produtiva para dentro do perímetro Califórnia. Aplicando as práticas; os tratos culturais e fitossanitários; melhorando a qualidade do solo, para que o solo venha produzir mais; todo o acompanhamento técnico que a gente desenvolveu, passando para o produtor o nosso conhecimento, para que eles possam produzir com qualidade e com regularidade”.