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Sexta-Feira, 11 de Setembro de 2020 às 10:45:00
Governo de Sergipe apoia projeto que utiliza microalgas para absorção de CO2
Por meio do Programa Centelha o negócio busca atuar no ramo de créditos de carbono

Um projeto sergipano vem apostando na utilização de microalgas para absorção de gás carbônico (CO2) da atmosfera proveniente de processos industriais, auxiliando na redução de impactos ambientais. Elaborado por especialistas das áreas de Engenharia Química e de Produção, o projeto conta com o apoio do Governo de Sergipe, por meio do Programa Centelha, operacionalizado pela Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec).

A ideia se baseia no desenvolvimento de reatores tubulares, nos quais as microalgas devem circular, estando sob condições de temperatura e luz solar específicas e na presença de nitrogênio, carbono e fósforo. Nessas circunstâncias, as microalgas podem crescer e absorver gás carbônico, diminuindo a emissão de gases do efeito estufa e criando um potencial de geração de créditos de carbono.

“No caso de alguma indústria que produza CO2, podemos canalizar uma tubulação para onde essas microalgas estão crescendo, de modo que esse gás carbônico não seja liberado na atmosfera causando danos ambientais. É o que chamamos de sequestro de CO2”, afirma Rogério Luz Pagano, doutor em Engenharia Química e professor do Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de Sergipe (DEQ/UFS), que integra a equipe do projeto.

Rogério comenta que as microalgas também são objeto de pesquisa da professora doutora Cristina Ferraz Silva, também do DEQ/UFS, que vem auxiliando o projeto na parte de cultivo. Ele também explica que a versatilidade das microalgas já é foco de estudos desses professores há anos, com a geração do primeiro trabalho sobre o tema em 2013. O pesquisador informa que o desejo de desenvolver um negócio no ramo é antigo. “O Programa Centelha serviu como um catalisador para a gente criar essa empresa. Ele veio agora para dizer ‘é a oportunidade que vocês têm para botar tudo isso em prática’”, relata.

Utilidades

Rogério conduz o negócio ao lado de seu irmão, Roosevelt Luz Pagano, que é engenheiro de produção e proponente do projeto. A professora Cristina Ferraz atua como colaboradora. Além de atuar no ramo de créditos de carbono, o projeto pretende se inserir também no setor alimentício.

“Enquanto o mercado de créditos de carbono não tem ainda o vigor e a regulamentação necessárias no Brasil, a gente pretende investir na produção dessa microalga para suplemento alimentar. Isso requer testes de base alimentar, carbono, umidade, nutrientes, mas pensamos em manter a empresa nessa linha até que a parte de sequestro de CO2 seja viável”, explica Rogério.

O engenheiro químico aponta outras potenciais utilidades e benefícios do projeto. Um deles é a geração de biomassa a partir do crescimento das microalgas, que pode ser aplicada como fertilizante, ração animal e na produção de biocombustíveis, a exemplo do biodiesel.

Centelha

O Programa Centelha busca a disseminação da cultura empreendedora e de inovação no Brasil. A iniciativa é do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) em parceira com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap). A Fundação CERTI também integra a parceria, sendo responsável pela operação. Em âmbito local, o Governo de Sergipe desenvolve o Programa por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), à qual a Fapitec é vinculada.

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Governo de Sergipe apoia projeto que utiliza microalgas para absorção de CO2
Por meio do Programa Centelha o negócio busca atuar no ramo de créditos de carbono
Sexta-Feira, 11 de Setembro de 2020 às 10:45:00

Um projeto sergipano vem apostando na utilização de microalgas para absorção de gás carbônico (CO2) da atmosfera proveniente de processos industriais, auxiliando na redução de impactos ambientais. Elaborado por especialistas das áreas de Engenharia Química e de Produção, o projeto conta com o apoio do Governo de Sergipe, por meio do Programa Centelha, operacionalizado pela Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec).

A ideia se baseia no desenvolvimento de reatores tubulares, nos quais as microalgas devem circular, estando sob condições de temperatura e luz solar específicas e na presença de nitrogênio, carbono e fósforo. Nessas circunstâncias, as microalgas podem crescer e absorver gás carbônico, diminuindo a emissão de gases do efeito estufa e criando um potencial de geração de créditos de carbono.

“No caso de alguma indústria que produza CO2, podemos canalizar uma tubulação para onde essas microalgas estão crescendo, de modo que esse gás carbônico não seja liberado na atmosfera causando danos ambientais. É o que chamamos de sequestro de CO2”, afirma Rogério Luz Pagano, doutor em Engenharia Química e professor do Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de Sergipe (DEQ/UFS), que integra a equipe do projeto.

Rogério comenta que as microalgas também são objeto de pesquisa da professora doutora Cristina Ferraz Silva, também do DEQ/UFS, que vem auxiliando o projeto na parte de cultivo. Ele também explica que a versatilidade das microalgas já é foco de estudos desses professores há anos, com a geração do primeiro trabalho sobre o tema em 2013. O pesquisador informa que o desejo de desenvolver um negócio no ramo é antigo. “O Programa Centelha serviu como um catalisador para a gente criar essa empresa. Ele veio agora para dizer ‘é a oportunidade que vocês têm para botar tudo isso em prática’”, relata.

Utilidades

Rogério conduz o negócio ao lado de seu irmão, Roosevelt Luz Pagano, que é engenheiro de produção e proponente do projeto. A professora Cristina Ferraz atua como colaboradora. Além de atuar no ramo de créditos de carbono, o projeto pretende se inserir também no setor alimentício.

“Enquanto o mercado de créditos de carbono não tem ainda o vigor e a regulamentação necessárias no Brasil, a gente pretende investir na produção dessa microalga para suplemento alimentar. Isso requer testes de base alimentar, carbono, umidade, nutrientes, mas pensamos em manter a empresa nessa linha até que a parte de sequestro de CO2 seja viável”, explica Rogério.

O engenheiro químico aponta outras potenciais utilidades e benefícios do projeto. Um deles é a geração de biomassa a partir do crescimento das microalgas, que pode ser aplicada como fertilizante, ração animal e na produção de biocombustíveis, a exemplo do biodiesel.

Centelha

O Programa Centelha busca a disseminação da cultura empreendedora e de inovação no Brasil. A iniciativa é do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) em parceira com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap). A Fundação CERTI também integra a parceria, sendo responsável pela operação. Em âmbito local, o Governo de Sergipe desenvolve o Programa por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), à qual a Fapitec é vinculada.