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Segunda-Feira, 26 de Abril de 2021 às 10:45:00
Agentes jovens atuam na melhoria do manejo em projetos da ovinocaprinocultura em Sergipe
Jovens do Projeto Dom Távora contribuem para o desenvolvimento das comunidades ao auxiliarem na transferência de tecnologia, gestão dos negócios, qualidade e manutenção do rebanho

Com grande número de planos de negócios rurais alocados no arranjo produtivo da ovinocaprinocultura (cerca de 41% do total das atividades produtivas apoiadas pelo Projeto Dom Távora), a demanda por assistência técnica também cresceu. Para contribuir na superação de obstáculos e para a autogestão dos projetos comunitários, a consultoria do Programa das Nações Unidas (PNUD) implementou a metodologia de Ater com a participação de Agentes Jovens de Desenvolvimento Rural, em projetos dessa cadeia produtiva. O trabalho também busca avaliar o processo de aprendizagem na capacitação de agentes e observar sua contribuição para o desenvolvimento sustentável das comunidades, numa ação articulada entre trabalho, formação, produção, meio ambiente e mercado.

Os jovens têm sido protagonistas na implementação dos planos de negócios comunitários do Projeto Dom Távora, financiado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) e pelo Governo de Sergipe. Participam 1.545 jovens, entre os mais de 6 mil beneficiários atendidos. Segundo a consultoria do PNUD, esses jovens têm idade média de 18 a 23 anos, em sua maioria, com nível médio de ensino, sendo apenas 20% com nível superior incompleto. A iniciativa de formar um grupo de Agentes Jovens de Desenvolvimento Rural surgiu em 2018 como metodologia, idealizada pelo zootecnista e consultor do PNUD, Reginaldo Guedes, que atua prestando assistência técnica nas atividades de ovinocaprinocultura do projeto. Foram selecionados e capacitados 20 jovens das próprias comunidades que, utilizando um celular conectado à internet, auxiliam na atividade de campo, transmitindo e recebendo mensagens, vídeos e fotos.

De acordo com ele, muitos ganhos foram alcançados com o Agente Jovem de Desenvolvimento. “O principal resultado foi a diminuição da mortalidade dos animais. Eles foram preparados para cuidados no manejo do animal e da pastagem. Isso ajudou bastante na qualidade e manutenção do rebanho”, afirma o consultor. Um dos casos que chamaram atenção foi o da Associação Edmilson Oliveira, em Carira. “No primeiro ano que receberam os animais, a mortalidade do rebanho chegou a mais de 25%, causada principalmente por verminoses. Porém, um ano depois de implantar o Agente Jovem, tivemos uma melhora com valores de 10% de mortalidade. Nesta mesma linha de raciocínio, podemos observar uma redução no tempo de engorda dos animais; antes era de mais de um ano, depois passou para cerca de 10 meses”, explica Reginaldo.

Isso porque os jovens também ajudam na transferência de tecnologia e ajuda na gestão local, reuniões, formatação de atas, e no acesso a técnicos e consultores. “Desde o início, fomos capacitados na prática, com nossos próprios animais de como fazer o manejo. Coisas que todo criador precisa saber como fazer uma castração, auxiliar os partos mais complicados, vacinação. Mesmo assim, sempre que surge uma dúvida e a gente busca apoio com o técnico, que prontamente passa as orientações pelo celular – ou num caso mais sério, vem pessoalmente. Seguimos as orientações dele e vem dando certo, porque aqui, na comunidade, nós ajudamos uns aos outros para concretizar nosso objetivo”, conta José Calazans de Jesus, agente jovem do Povoado Lagoa Verde, em Carira.

Essa participação do público jovem passou a ser ainda mais importante na pandemia Covid-19, quando, por conta do isolamento social, a comunicação entre os beneficiários e os escritórios e equipe técnica passou a se dar por suporte digital. Por terem maior intimidade com as redes sociais, os jovens têm ajudado no enfrentamento à pandemia, fazendo o papel de mediação entre a comunidade e a assistência técnica. “Com o projeto, aprendemos a fazer atividades simples, mas que fazem toda a diferença para quem cria animais. Aprendemos a fazer parto, casqueamento, tosa, vacinação, aplicar antioxidante, prevenindo e curando doenças que possam acometer o animal. Quando tem um problema mais sério, entramos em contato com o consultor”, afirma Wellington Santos, 26, agricultor e agente jovem no Assentamento Edmilson Oliveira, também em Carira. Ele auxilia as 29 famílias de produtores atendidas pelo projeto, naquela comunidade.

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Agentes jovens atuam na melhoria do manejo em projetos da ovinocaprinocultura em Sergipe
Jovens do Projeto Dom Távora contribuem para o desenvolvimento das comunidades ao auxiliarem na transferência de tecnologia, gestão dos negócios, qualidade e manutenção do rebanho
Segunda-Feira, 26 de Abril de 2021 às 10:45:00

Com grande número de planos de negócios rurais alocados no arranjo produtivo da ovinocaprinocultura (cerca de 41% do total das atividades produtivas apoiadas pelo Projeto Dom Távora), a demanda por assistência técnica também cresceu. Para contribuir na superação de obstáculos e para a autogestão dos projetos comunitários, a consultoria do Programa das Nações Unidas (PNUD) implementou a metodologia de Ater com a participação de Agentes Jovens de Desenvolvimento Rural, em projetos dessa cadeia produtiva. O trabalho também busca avaliar o processo de aprendizagem na capacitação de agentes e observar sua contribuição para o desenvolvimento sustentável das comunidades, numa ação articulada entre trabalho, formação, produção, meio ambiente e mercado.

Os jovens têm sido protagonistas na implementação dos planos de negócios comunitários do Projeto Dom Távora, financiado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) e pelo Governo de Sergipe. Participam 1.545 jovens, entre os mais de 6 mil beneficiários atendidos. Segundo a consultoria do PNUD, esses jovens têm idade média de 18 a 23 anos, em sua maioria, com nível médio de ensino, sendo apenas 20% com nível superior incompleto. A iniciativa de formar um grupo de Agentes Jovens de Desenvolvimento Rural surgiu em 2018 como metodologia, idealizada pelo zootecnista e consultor do PNUD, Reginaldo Guedes, que atua prestando assistência técnica nas atividades de ovinocaprinocultura do projeto. Foram selecionados e capacitados 20 jovens das próprias comunidades que, utilizando um celular conectado à internet, auxiliam na atividade de campo, transmitindo e recebendo mensagens, vídeos e fotos.

De acordo com ele, muitos ganhos foram alcançados com o Agente Jovem de Desenvolvimento. “O principal resultado foi a diminuição da mortalidade dos animais. Eles foram preparados para cuidados no manejo do animal e da pastagem. Isso ajudou bastante na qualidade e manutenção do rebanho”, afirma o consultor. Um dos casos que chamaram atenção foi o da Associação Edmilson Oliveira, em Carira. “No primeiro ano que receberam os animais, a mortalidade do rebanho chegou a mais de 25%, causada principalmente por verminoses. Porém, um ano depois de implantar o Agente Jovem, tivemos uma melhora com valores de 10% de mortalidade. Nesta mesma linha de raciocínio, podemos observar uma redução no tempo de engorda dos animais; antes era de mais de um ano, depois passou para cerca de 10 meses”, explica Reginaldo.

Isso porque os jovens também ajudam na transferência de tecnologia e ajuda na gestão local, reuniões, formatação de atas, e no acesso a técnicos e consultores. “Desde o início, fomos capacitados na prática, com nossos próprios animais de como fazer o manejo. Coisas que todo criador precisa saber como fazer uma castração, auxiliar os partos mais complicados, vacinação. Mesmo assim, sempre que surge uma dúvida e a gente busca apoio com o técnico, que prontamente passa as orientações pelo celular – ou num caso mais sério, vem pessoalmente. Seguimos as orientações dele e vem dando certo, porque aqui, na comunidade, nós ajudamos uns aos outros para concretizar nosso objetivo”, conta José Calazans de Jesus, agente jovem do Povoado Lagoa Verde, em Carira.

Essa participação do público jovem passou a ser ainda mais importante na pandemia Covid-19, quando, por conta do isolamento social, a comunicação entre os beneficiários e os escritórios e equipe técnica passou a se dar por suporte digital. Por terem maior intimidade com as redes sociais, os jovens têm ajudado no enfrentamento à pandemia, fazendo o papel de mediação entre a comunidade e a assistência técnica. “Com o projeto, aprendemos a fazer atividades simples, mas que fazem toda a diferença para quem cria animais. Aprendemos a fazer parto, casqueamento, tosa, vacinação, aplicar antioxidante, prevenindo e curando doenças que possam acometer o animal. Quando tem um problema mais sério, entramos em contato com o consultor”, afirma Wellington Santos, 26, agricultor e agente jovem no Assentamento Edmilson Oliveira, também em Carira. Ele auxilia as 29 famílias de produtores atendidas pelo projeto, naquela comunidade.