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Quinta-Feira, 27 de Agosto de 2020 às 17:45:00
Polícia Civil alerta para aumento de golpes em sites de vendas 
Sites de vendas de veículos são os preferidos dos golpistas

Pelo menos 15 vítimas procuraram o Departamento de Crimes contra o Patrimônio (Depatri) da Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência alegando terem sido vítimas de golpes em sites de anúncio de vendas durante o período da pandemia do novo coronavírus. O esquema funciona assim: o golpista observa um anúncio real de venda de veículo na internet e, a partir disso, usa artimanhas para enganar o vendedor e um possível comprador daquele bem anunciado.

Segundo a diretora do Depatri, delegada Viviane Pessoa, a quadrilha de estelionatários usa um chip com número de telefone aqui de Sergipe, mas pode ser de qualquer parte do Brasil. “O golpe é muito simples. Ele observa um anúncio no site de venda e entra em contato com o vendedor. Manifesta interesse pelo produto e pede para o vendedor retirar o anúncio do ar. Para convencê-lo, ele conta uma história envolvendo uma dívida com um sócio e pede que assim que ele for procurado pelo sócio não revele por quanto está vendendo o veículo, entre outras mentiras”.

Na verdade, o interesse do golpista é simplesmente pegar o anúncio real que foi tirado do ar e anunciá-lo novamente na mesma plataforma de vendas, só que com um preço abaixo do valor de mercado. O anúncio mentiroso parte de um produto real. Logo, interessados no anúncio surgem. Esse potencial comprador do veículo será mais uma vítima do golpista, que nem desconfia que participará de uma trama. “Será o comprador o tal sócio que vai procurar o vendedor do anúncio que foi tirado do ar. Ambos alertados pelo golpista não falam nada sobre preços e questões básicas de segurança que uma transação desse porte deve exigir dos interessados”.

O comprador faz um depósito na conta indicada pelo golpista que lhe passa um comprovante de depósito falso, sob alegação de que o dinheiro entra em no máximo duas horas. Nesse lapso de tempo, o vendedor e o comprador realizam a transferência legal do veículo em um cartório. E o dinheiro nunca chega nas mãos de quem realmente deveria.

Alertas de segurança

“O jogo do golpista pode ser facilmente notado pelos interessados se observarem regras simples de segurança. O primeiro é sempre desconfiar do preço; cuidados com histórias secretas de que não deve ser revelado ao comprador e a qualquer interessado, sobretudo, quando ele pede para não falar de valores com uma das partes. Atentar sempre se a conta que receberá o depósito está localizada no estado de Sergipe”, explicou Viviane.

Outro ponto jamais a descartar é saber se a pessoa que está indo ao cartório não quer se fazer presente ou se está mandando terceiros para representá-lo. “A pessoa deve desconfiar dessa atitude, sempre”, continuou a delegada.

Investigação dificultada

A delegada informa, ainda, que o vendedor e o comprador chegam ao Depatri se acusando mutuamente, achando que um aplicou o golpe no outro. Somente após uma tensa conversa é que os policiais convencem os dois de que ambos foram vítimas de uma terceira pessoa que eles nem desconfiam quem seja.

“O comprador, geralmente, faz o depósito para uma conta bancária fora do estado e será lá na outra unidade federativa que o crime se configura. Por imposição legal, nós realizamos o procedimento inicial e temos que remeter para o estado onde a vítima fez o depósito”, explicou.

O Depatri já levantou que não se trata apenas de um estelionatário, mas de uma quadrilha que está agindo em todo o Brasil e que se especializou nesse tipo de golpe nos últimos meses. A Polícia Civil pede que casos suspeitos envolvendo esse tipo de crime sejam denunciados pelo Disque-Denúncia 181. O sigilo é absoluto.
 

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Polícia Civil alerta para aumento de golpes em sites de vendas 
Sites de vendas de veículos são os preferidos dos golpistas
Quinta-Feira, 27 de Agosto de 2020 às 17:45:00

Pelo menos 15 vítimas procuraram o Departamento de Crimes contra o Patrimônio (Depatri) da Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência alegando terem sido vítimas de golpes em sites de anúncio de vendas durante o período da pandemia do novo coronavírus. O esquema funciona assim: o golpista observa um anúncio real de venda de veículo na internet e, a partir disso, usa artimanhas para enganar o vendedor e um possível comprador daquele bem anunciado.

Segundo a diretora do Depatri, delegada Viviane Pessoa, a quadrilha de estelionatários usa um chip com número de telefone aqui de Sergipe, mas pode ser de qualquer parte do Brasil. “O golpe é muito simples. Ele observa um anúncio no site de venda e entra em contato com o vendedor. Manifesta interesse pelo produto e pede para o vendedor retirar o anúncio do ar. Para convencê-lo, ele conta uma história envolvendo uma dívida com um sócio e pede que assim que ele for procurado pelo sócio não revele por quanto está vendendo o veículo, entre outras mentiras”.

Na verdade, o interesse do golpista é simplesmente pegar o anúncio real que foi tirado do ar e anunciá-lo novamente na mesma plataforma de vendas, só que com um preço abaixo do valor de mercado. O anúncio mentiroso parte de um produto real. Logo, interessados no anúncio surgem. Esse potencial comprador do veículo será mais uma vítima do golpista, que nem desconfia que participará de uma trama. “Será o comprador o tal sócio que vai procurar o vendedor do anúncio que foi tirado do ar. Ambos alertados pelo golpista não falam nada sobre preços e questões básicas de segurança que uma transação desse porte deve exigir dos interessados”.

O comprador faz um depósito na conta indicada pelo golpista que lhe passa um comprovante de depósito falso, sob alegação de que o dinheiro entra em no máximo duas horas. Nesse lapso de tempo, o vendedor e o comprador realizam a transferência legal do veículo em um cartório. E o dinheiro nunca chega nas mãos de quem realmente deveria.

Alertas de segurança

“O jogo do golpista pode ser facilmente notado pelos interessados se observarem regras simples de segurança. O primeiro é sempre desconfiar do preço; cuidados com histórias secretas de que não deve ser revelado ao comprador e a qualquer interessado, sobretudo, quando ele pede para não falar de valores com uma das partes. Atentar sempre se a conta que receberá o depósito está localizada no estado de Sergipe”, explicou Viviane.

Outro ponto jamais a descartar é saber se a pessoa que está indo ao cartório não quer se fazer presente ou se está mandando terceiros para representá-lo. “A pessoa deve desconfiar dessa atitude, sempre”, continuou a delegada.

Investigação dificultada

A delegada informa, ainda, que o vendedor e o comprador chegam ao Depatri se acusando mutuamente, achando que um aplicou o golpe no outro. Somente após uma tensa conversa é que os policiais convencem os dois de que ambos foram vítimas de uma terceira pessoa que eles nem desconfiam quem seja.

“O comprador, geralmente, faz o depósito para uma conta bancária fora do estado e será lá na outra unidade federativa que o crime se configura. Por imposição legal, nós realizamos o procedimento inicial e temos que remeter para o estado onde a vítima fez o depósito”, explicou.

O Depatri já levantou que não se trata apenas de um estelionatário, mas de uma quadrilha que está agindo em todo o Brasil e que se especializou nesse tipo de golpe nos últimos meses. A Polícia Civil pede que casos suspeitos envolvendo esse tipo de crime sejam denunciados pelo Disque-Denúncia 181. O sigilo é absoluto.