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Sexta-Feira, 28 de Julho de 2023 às 11:15:00
Programa Pesquisa na Escola reúne pesquisadores sergipanos em Tecnologias Sociais
Com um investimento da ordem de R$ 564 mil, os 30 projetos contemplados no Edital 09/2022 são coordenados por professores da rede pública estadual de ensino e instituições de ensino superior e contam com a participação ativa de alunos bolsistas de Iniciação Científica Júnior

O Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc) e da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec), realizou na quinta-feira, 27, no Centro Estadual de Educação Profissional José Figueiredo Barreto, em Aracaju, o seminário de apresentação dos 30 projetos contemplados no Edital 09/2022, do Programa Pesquisa na Escola. Com um investimento na ordem de R$ 564 mil, os projetos são voltados ao desenvolvimento de tecnologias sociais e coordenados por professores lotados em escolas da rede pública estadual de ensino e instituições de ensino superior. Eles contam com a participação ativa de alunos, ou melhor, bolsistas de Iniciação Científica Júnior.

É o caso do estudante da 1ª série do ensino médio, do Colégio Estadual Armindo Guaraná, Leonam de Santana Moraes. Ele é um dos bolsistas Pibic Jr. do projeto ‘Escolhedeira: uma tecnologia social para reduzir o impacto da rede de cerco nos estuários de Sergipe’, sob a orientação do professor de Engenharia de Pesca da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Mario José Fonseca Thomé de Souza.

“Até entrar no projeto, eu não sabia que gostava tanto da área científica. Eu acho muito interessante o modo de produzir ciência, observar os detalhes, analisar os dados. No projeto, a gente se preocupa em analisar as coletas dos peixes quando chegam. Medimos, pesamos e analisamos a estrutura de cada coleta. Todos esses dados são passados para uma folha que, na sequência, será jogada no Excel para gerar planilhas que serão encaminhadas para o governo, juntamente com um mapa que identifica onde determinada espécie é mais encontrada”, explica o aluno.

Para a escolha dos projetos foram consideradas linhas temáticas de pesquisa prioritárias:  empreendedorismo social; sustentabilidade e economia criativa; agricultura familiar; economia solidária (incubação de empreendimentos econômicos solidários; geração de trabalho e renda em economia solidária); tecnologias assistivas (produtos, processos ou técnicas que possibilitam o aumento e/ou independência de grupos vulneráveis, a fim de colaborar para a inclusão social destas); e inclusão sociodigital.

Entre as tecnologias sociais para a inclusão sociodigital está o projeto ‘Égides: plataforma digital para proteção e segurança na internet', sob a responsabilidade do professor Lucas Pazoline da Silva Ferreira, do Centro de Excelência Deputado Jonas Amaral, em Nossa Senhora do Socorro. Segundo Lucas, a iniciativa foi motivada pelas pesquisas e projetos que estão sendo desenvolvidos no âmbito do Núcleo de Estudos de Hipertexto e Tecnologia na Educação (NEHTE).

“O projeto busca uma experiência de aprendizado sobre diversas questões relacionadas ao uso seguro e responsável das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação para diversos públicos, especialmente às pessoas que carecem de conhecimento sobre assuntos e métodos que mobilizem e garantam a sua cibercidadania”, explica o educador.

Na avaliação da diretora do Departamento de Apoio ao Sistema Educacional (Dase/Seduc), Eliane Passos, o Programa Pesquisa na Escola é uma política de estado, que, dada a sua importância, conquistou um estágio de continuidade. “Nós temos uma parceria muito profícua com professores da UFS e do IFS no incremento de pesquisas que geram dados relevantes para o desenvolvimento de políticas educacionais no estado. Entretanto, nos últimos anos temos verificado um interesse crescente de professores da rede pública estadual de ensino, que já estão envolvidos no ambiente da pesquisa e que buscam desenvolvê-las no ambiente escolar. Isso é muito importante, pois estimula outros professores a desenvolverem suas pesquisas, além de contribuir fortemente para a concretude da ciência, tecnologia e inovação em Sergipe”, afirma a gestora.

Pesquisa na Escola

Com um investimento na ordem de R$ 9.800.000 da Seduc e R$ 200 mil da Fapitec, o Programa Pesquisa na Escola conta com total de R$ 10 milhões em investimentos, constituindo-se em uma importante ação de fomento à pesquisa científica e à educação do nosso estado, Regulamentado pela Lei 9.003, de 31 de março de 2022, o programa já financiou mais de 300 projetos, beneficiou mais de 300 bolsistas e atinge direta e indiretamente um grande número de estudantes e comunidades escolares da rede pPública estadual de Sergipe.

Na avaliação do secretário-executivo da Seduc, Marcel Resende, esse é um projeto muito importante porque visa incentivar a aproximação da comunidade escolar com a comunidade científica. “Antes mesmo dos nossos alunos pensarem em fazer o Enem, de estudarem para entrar numa universidade, eles já têm contato, por incentivo da Secretaria de Estado da Educação, com professores universitários e com projetos de pesquisa científica e tecnológica. Eles entram no universo científico antes mesmo de finalizarem o ensino básico. Isso é fundamental para que os nossos estudantes ampliem os seus horizontes e se permitam a trabalhar em várias áreas do conhecimento, de modo que a gente tenha um ganho na área educacional”.

Para o coordenador do Programa de Inovação da Fapitec, Paulo César Alves, o Edital 09/2022 é muito importante, pois explora áreas estratégicas para o Governo do Estado. “Além de envolver jovens da rede básica de ensino em projeto na área de tecnologia, o edital objetiva dar suporte financeiro à execução de projetos apresentados por pesquisadores de instituições de ensino e de pesquisa de Sergipe que se constituam em instrumentos de auxílio à geração de renda em comunidades sergipanas”, comenta o gestor.

Os projetos científicos e tecnológicos financiados por meio da parceria Seduc/Fapitec também devem contribuir para redução da pobreza e melhoria da qualidade de vida no estado a partir de conhecimento produzido ou validado em escolas da rede estadual de ensino.