A passagem dos 175 anos da Biblioteca Pública Estadual Epiphanio Dória foi celebrada com evento festivo realizado na última sexta-feira, 16. Criada pela Lei 233, de 16 de junho de 1848, a Epiphanio foi o primeiro centro de leitura de Sergipe. A solenidade que marcou o aniversário do espaço cultural contou com a presença de alunos da rede estadual, professores, escritores, personalidades da cultura sergipana e autoridades e teve apresentação da Orquestra Jovem de Sergipe, seguida de palestra do escritor e pesquisador Gilfrancisco Santos sobre a trajetória histórica da Biblioteca Pública Estadual Epiphanio Dória.
Na ocasião também aconteceu o lançamento do Selo Comemorativo em homenagem aos 175 anos, que reúne em seu símbolo a fachada do prédio da instituição. Ainda na oportunidade aconteceu a abertura oficial da linha do tempo ‘A Biblioteca Pública do Estado de Sergipe ao longo da história’.
A diretora da biblioteca, Juciene Maria, observou que são várias as razões para celebrar os 175 anos da instituição que, segundo ela, é um espaço de disseminação da leitura, de apoio à educação, da interação social, cidadania, de compromisso social, de promoção à leitura acessível, "um lugar para as pessoas sem distinção social". Juciene mencionou também o orgulho em dirigir a instituição que conta com um amplo, diversificado e atualizado acervo e fez questão de citar alguns nomes daqueles que dirigiram e deram sua contribuição à Biblioteca Epiphanio Dória.
"É uma imensa alegria compartilhar esta celebração dos 175 anos da Biblioteca Pública Estadual Epiphanio Dória com todos vocês. Nestes 175 anos contribuímos, sobremaneira, para o desenvolvimento intelectual, sociocultural, e disseminação da leitura, do conhecimento e informação”, disse. A diretora ressaltou ainda a importância para o patrimônio cultural que está preservado na Epiphanio Dória. “Esta casa preserva o patrimônio intelectual e salvaguarda da produção bibliográfica e memorialística sergipana, brasileira e universal. Aqui está concentrada a história da cultura das ideias do nosso povo. Cumprimos, assim, a nossa função social de biblioteca pública: preservar, organizar e disseminar os elementos culturais, e na condição de pontos centrais da expansão democrática do conhecimento, da educação e das coisas salutares à alma humana”.
De acordo com Juciene Maria, comemorar os 175 anos da Biblioteca Pública Estadual exige também ressaltar a importância da valorização e da defesa contínua da centenária instituição, um patrimônio da sociedade brasileira. “Nossos desafios foram enormes, porém ultrapassamos cada um deles com altivez e muita determinação", destacou a diretora.
Referência
O escritor e pesquisador Gilfrancisco Santos, que palestrou sobre a trajetória histórica da Biblioteca Pública Estadual Epiphanio Dória, disse que, apesar de essa não ser a primeira vez que ele fala sobre o livro na Biblioteca Epiphanio Dória, a data em si é muito significativa. "Eu já estive aqui na Epiphanio Dória em outras oportunidades, porém, hoje, em especial, é deveras importante, porque a ideia de quem veio prestigiar é outra. A biblioteca hoje é uma referência. É um outro período e a cada apresentação, a gente aprende mais e revela algo novo tendo contato com estas pessoas que estão chegando", explicou.
De acordo com o presidente da Academia Sergipana de Letras, José Anderson do Nascimento, a biblioteca pública, assim como todas as bibliotecas do mundo, é referencial de cultura e de educação. "Todo o repositório de toda a literatura, de toda a construção bibliográfica do nosso estado está guardado aqui na biblioteca, que recebe na linha tempo o nome de Epiphanio Dória, que foi o maior documentarista e bibliógrafo de Sergipe. Esse é um momento de muita relevância para o estado, principalmente pela preservação do espaço, o cuidado que a direção e os funcionários desta casa têm em manter a sua importância dentro do cenário cultural do nosso estado", frisou.
O desembargador Edson Ulisses de Melo também fez questão de participar da comemoração. "Eu fiquei feliz com o convite para participar deste momento, pois a celebração dos 175 anos da Biblioteca Epiphanio Dória é uma data digna de registro, pelos importantes serviços prestados à sociedade sergipana, à cultura, pelo acervo e o acesso, que permite aqueles que aqui se dirigem, o contato com a informação e com o passado, registrando que só se tem futuro quando se tem história e essa história se busca e se adquire aqui nessa biblioteca que precisa ser louvada e referenciada pelos seus 175 anos", ressaltou.
Segundo o presidente do Conselho Estadual de Cultura, Igor Albuquerque, é muito importante que o Estado esteja se preocupando em rememorar estas datas tão relevantes. "A Biblioteca Pública Epiphanio Dória que faz hoje 175 anos é uma instituição absolutamente central, na educação e na cultura de Sergipe, tanto na sua longevidade, quanto pela relevância e pelo cuidado com qual seu acervo é guardado apesar de todas as dificuldades. A data de hoje representa um marco cultural da mais singular importância, considerando que a biblioteca pública teve uma história muito difícil, desde o seu início, quando ela foi criada lá em São Cristóvão. Então a Biblioteca Epiphanio Dória, nos seus 175 anos, cada vez mais se firma como uma instituição, diversa, aberta e pronta para servir a sua comunidade", frisou.
A celebração dos 175 anos da Epiphanio Dória contou ainda com o lançamento de uma exposição de livros do acervo de Obras Raras, composto por títulos de grande relevância histórica e literária, a exemplo de Os Lusíadas, publicado em 1572. Uma obra de poesia épica do escritor português Luís Vaz de Camões, a primeira epopeia portuguesa publicada em versão impressa. A exposição fica em cartaz no hall da biblioteca até o final do mês de junho. O acesso é gratuito e aberto ao público em geral.
Participaram do evento representantes da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - Superintendência Sergipe; os escritores Murilo Melins e Jackson da Silva Lima; diretor do Arquivo Público Municipal de São Cristóvão e fundador da Academia Sancristovense de Letras e Artes, Adailton Andrade; representando a Academia Feminina de Letras e Artes de Sergipe, Cris Souza; além de alunos do Centro de Excelência Dom Luciano Cabral Duarte e demais representantes de academias, bibliotecas municipais e instituições literárias do estado.