Com um elenco artístico majoritariamente formado por grupos folclóricos, teatrais, de quadrilha e musicais de Sergipe, a Vila do Forró se tornou uma excelente oportunidade para que os artistas possam mostrar sua força e ganhar visibilidade entre os sergipanos e visitantes que lotam os palcos todos os dias. A diversidade cultural do estado é um dos principais atrativos do evento, que é realizado pelo Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap). Na última terça-feira, 11, não foi diferente, e a Vila do Forró mais uma vez encantou o público com apresentações memoráveis.

O grupo folclórico As Lavadeiras, de Lagarto, chamou a atenção de todos com sua apresentação no palco Barracão da Sergipe. Com vestes típicas, cânticos tradicionais e encenação das lavadeiras nas margens dos rios, o grupo trouxe vida e cor ao palco, encantando a plateia com uma demonstração de hábitos diários que atravessa gerações de mulheres em seus fazeres e cantares. A cultura da lavagem de roupas sobre pedras, às margens dos rios, é uma atividade de séculos que ainda é mantida em lugarejos e povoados do interior sergipano, sempre acompanhada de cânticos ensinados pelos antepassados e herdados pelas descendentes.

"É com imensa alegria que estamos aqui, mostrando a riqueza da nossa cultura e transmitindo a tradição das lavadeiras do interior do Nordeste. Através da dança, podemos representar a vida sofrida que essas mulheres tinham, lavando roupas, secando e estendendo. Temos muito orgulho em compartilhar com todos a nossa cultura, especialmente, com os turistas que ainda não tiveram a oportunidade de conhecê-la”, destacou a coordenadora do grupo, Dona Ione. 

Fundado em 2010, composto por mais de 30 integrantes, o grupo conta a tradição das lavadeiras de roupas nas beiras dos rios e riachos, com bacias, trouxas e gamela na cabeça. O grupo resgata a atividade das mulheres que, enquanto lavavam as roupas, cantavam e transmitiam alegria enquanto as crianças brincavam e se banhavam nas águas. As roupas eram estendidas nos capins para alvejar. Após enxaguar, eram colocadas nas cercas de arame para secar. 

Com energia de sobra, Dona Josefa, de 86 anos, conhecida como Vaqueirinha pelas companheiras, também integrante do grupo Batalhão de São João, convidou o público para a brincadeira, formando uma grande roda. “Deus que me dá forças. Foi uma surpresa boa ver todo mundo animado entrando na brincadeira”, afirmou.

Durante a apresentação, a baiana Railde Farias, que estava em Sergipe pela primeira vez, não resistiu ao convite da Vaqueirinha e entrou na grande roda. “A apresentação do grupo foi maravilhosa, nota 10. Foi uma experiência incrível. Já quero voltar amanhã e, quem sabe, no final do ano também”, disse. 

O forró também foi destaque na programação. O Coreto da Marluce recebeu a cantora Fátima Brasil, que realizou uma performance empolgante com um repertório animado com grandes sucessos do forró. Enquanto isso, no Barracão da Sergipe, os cantores Gilvan Lima e Cassiano Costa fizeram apresentações memoráveis, cada um com um repertório repleto de músicas que fizeram o público dançar e cantar sem parar. 

“É muito bom estar tocando aqui mais um ano. E esse é, para mim, ainda mais especial, porque o governador e a Funcap priorizaram a cultura sergipana, e eu só tenho a agradecer”, destacou o cantor Gilvan Lima.

Dessa forma, a Vila do Forró se consolida como uma importante vitrine para a cultura popular sergipana, preservando as tradições do estado e proporcionando alegria, entretenimento e diversão para moradores e turistas.